A nomenclatura Terapia Comportamental (TC) ou Terapia Analítico-comportamental (TAC) se refere às diferentes terapias advindas dos estudos da Análise do Comportamento (AC) e Análise Experimental do Comportamento (AEC), além do Behaviorismo (em português “Comportamentalismo”) que é a filosofia por trás da ciência do comportamento.
Conforme mencionei, não há apenas um tipo de Terapia Comportamental, para citar alguns exemplos temos a Terapia por Contingências de Reforçamento (TCR), Terapia Analítico-funcional – FAP (Analitic-functional Therapy em inglês), Terapia de Aceitação e Compromisso – ACT (Acceptance and Commitment Therapy, no inglês) e a Terapia Comportamental Dialética – DBT (Dialetic Behavioral Therapy, no inglês).
O que há em comum entre essas modalidades de terapia?
A semelhança entre os diferentes tipos de psicoterapia é a visão externalista, selecionista e causal do comportamento, com base nos estudos experimentais.
A visão externalista quer dizer que a busca por causas do comportamento e as intervenções vão predominantemente levar em consideração o contexto no qual determinado comportamento ocorre. Para citar um exemplo: num caso no qual a pessoa queixa-se de autolesão (fazer cortes, arranhões e outros tipos de machucados em si mesma) busca-se compreender o que é externo àquela ação: onde ocorre, o que costuma acontecer antes, como a pessoa costuma estar se sentindo antes de fazer isso, quem está presente, o que ocorre depois, como sente-se depois, etc.
O selecionismo é um conceito que se refere à seleção natural darwiniana das espécies. A análise do comportamento leva em consideração três níveis de seleção do comportamento humano: filogênese, ontogênese e cultura. Seleção filogenética é aquela que ocorre a nível de espécie, comportamentos “herdados” dos organismos que foram úteis para a sobrevivência da geração anterior. O nível ontogenético se refere às experiências individuais de cada pessoa, que vão selecionando os comportamentos pertinentes para a sobrevivência daquele indivíduo em seu contexto. Já a seleção cultural passa pelo crivo da comunidade como um todo ou maioria; são selecionadas aquelas práticas que são importantes para a sobrevivência não do um, mas do todo. Citando o exemplo da ansiedade: alguns comportamentos característicos como o batimento cardíaco acelerado e suor nas mãos são filogenéticos. A pessoa pode ter passado a se sentir assim após um acidente de carro, o qual faz parte da sua ontogênese. Além disso, pode se sentir culpada por estar experienciando tais sentimentos, o que pode estar relacionado a uma cultura que nomeia a ansiedade como um tipo de “fraqueza”.
Por último, a concepção causal do comportamento quer dizer que os fenômenos humanos – comportamentos, ações, pensamentos, sentimentos, emoções, etc. – ocorrem por uma ou mais (geralmente mais) causas. Tal premissa permite o estudo e intervenção no comportamento humano nos mais diversos contextos, incluindo a clínica.