De forma geral, o tratamento psicológico não possui um prazo único para acabar e que sirva para todas as pessoas. É um caminho a ser descoberto por terapeuta e cliente. A sua duração depende de muitos fatores que podem aumentá-la ou encurtá-la e que mudam de caso a caso.
O primeiro fator que eu gostaria de destacar é o engajamento no tratamento, também conhecido como aliança terapeuta-cliente. Isso depende da forma como o cliente vê seu terapeuta e também do repertório do terapeuta na criação de um setting que seja acolhedor. O cliente vê o terapeuta como alguém punitivo? Alguma característica do terapeuta lhe causa sensação de conforto? O terapeuta parece interessado em ouvir a queixa? Tudo isso faz parte do desenvolvimento do processo.
O tipo e a gravidade dos sintomas apresentados pela pessoa que busca acompanhamento também sinalizam (mas não definem) a duração do acompanhamento. Sintomas mais graves, crônicos e presentes há mais tempo podem exigir mais tempo de acompanhamento psicológico e sessões com maior frequência.
Os eventos que acontecem dentro e fora do consultório não são completamente previsíveis e portanto alguns deles podem gerar a piora da queixa em tratamento ou até mesmo o surgimento de uma nova demanda. Exemplo 1: Uma pessoa com ansiedade generalizada pode estar obtendo melhoras no acompanhamento psicológico, mas sofre um assalto e isso acaba piorando sua queixa. Exemplo 2: alguém que tenha começado um tratamento para ansiedade, obteve melhoras, mas percebe agora a necessidade de melhorar sua autoestima.
Além disso, pode ser que a pessoa escolha permanecer em terapia por perceber ganhos no processo. Em alguns casos, mesmo sem mal estar significativo, a pessoa pode optar por continuar o acompanhamento para entender melhor seus comportamentos e como eles se desenvolveram.
De toda forma algo para se ter em mente é que a psicoterapia serve para o desenvolvimento pessoal, melhora e manutenção da saúde mental nas várias etapas do ciclo vital de uma pessoa. Independentemente da duração, o importante é que o processo faça sentido para quem está passando por ele e tenha alguma função na sua vida.
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